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Tratamento

          A abordagem terapêutica do paciente consiste em medicação para controlar os sintomas com diazepam e paracetamol e monitorizar os parâmetros biológicos e funções vitais, incluindo funções de respiração. A determinação das concentrações de estricnina em amostras de sangue contribui para o controlo do envenenamento.

    Não existe um antídoto específico para a estricnina, mas a recuperação da exposição a estricnina é possível com um tratamento hospitalar precoce. O tratamento consiste em remover o medicamento do organismo (descontaminação) e, ao mesmo tempo, receber cuidados médicos em ambiente hospitalar. O tratamento de suporte inclui fluídos intravenosos, fármacos para controlar as convulsões e os espasmos, e medidas para controlar as altas temperaturas.

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O tratamento do envenenamento por estricnina envolve

       • Aplicação oral de uma infusão de carvão ativado, que serve para absorver qualquer quantidade de veneno no interior do trato digestivo que não foi ainda absorvido para a corrente sanguínea;

      • Lavagem gástrica com ácido tânico (chá forte) ou com soluções de permanganato de potássio utilizado como antídotos químicos;

    • As convulsões devem ser controladas com anticonvulsivantes como o fenobarbital ou diazepam, juntamente com relaxantes musculares, como o dantroleno para combater a rigidez muscular. Uma vez que o diazepam é o anticonvulsivante de eleição, mas não é eficaz em todos os casos, uma combinação com midazolam, fentanilo e pancurónio é o mais recomendado para controlar as convulsões;

        • Em pacientes inconscientes e com dificuldades respiratórias é necessário um tratamento mais agressivo com intubação orotraqueal e nasotraqueal para o controlo das vias aéreas, dos tremores musculares, e prevenção de rabdomiólise e insuficiência renal;

         • Se o paciente sobreviver passado 24 horas, a sua recuperação é provável.

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         A hipertermia resultante das contrações musculares devem ser abordadas com medidas de resfriamento por evaporação, sendo o bloqueio neuromuscular necessário em casos refratários. A degradação muscular resultante deve ser tratada com a administração intravenosa de cristalóide, em monoterapia ou combinado com bicarbonato de sódio, com o objetivo de manter o fluxo urinário suficiente para prevenir um quadro de insuficiência renal.

        É importante ainda monitorizar o ritmo cardíaco e tratar a arritmia, se necessário; usar lactato de Ringer, se estão presentes sinais de hipovolemia; ter atenção aos sinais de sobrecarga de fluídos; administrar fluído com cautela em situações de hipotensão com sinais de hipovolemia; e usar cloridrato de proparacaína para ajudar a irrigação do olho.

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Referências:

[1] Gupta, R.C. Handbook of Toxicology of Chemical Warfare Agents. 2ª Edição. Elsevier, 19 de Fevereiro de 2015. 216-217

[2] http://www.calpoison.org/hcp/2012/callusvol10no3.htm, acedido em 15 de maio de 2016

[3] Bronstein, A.C., et al. (1994) "Emergency Care for Hazardous Materials Exposure". 2ª Edição. St. Louis, MO. Mosby Lifeline. p. 323-4

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